problemas posturais após o período gestacional podem
ser corrigidos com tratamento fisioterápico
O desenvolvimento gradativo do útero associado a elevação de peso
corporal durante a gravidez acarreta em modificações posturais. Isso acontece
porque o aumento do volume abdominal gera um desvio de gravidade na gestante
que tende a inclinar o corpo para frente.
Esse ato é chamado de mecanismo compensatório e é marcado pelo
aumento da curvatura normal da coluna, a lordose lombar. “Essa ação causa uma
acentuação da lordose lombar e, consequentemente, gera uma tensão da
musculatura paravertebral, sendo esta responsável pela manutenção da postura
correta”, explica o fisioterapeuta Helder Montenegro, especialista em coluna
vertebral, presidente da Associação Brasileira de Reabilitação de Coluna –
ABRColuna, diretor do Instituto Pilates.
Influência hormonal nas alterações mecânicas do esqueleto
Além disso, durante o período gestacional, as mudanças hormonais
provocam alterações na mecânica do esqueleto feminino. Diante disso, podem
ocorrer mudanças do esqueleto como aumento de mobilidade da articulação,
principalmente na pelve e sínfise púbica (articulação que une os ramos direito
e esquerdo do osso pubiano). “A elevação dos hormônios, em especial o relaxina,
também causa flacidez nas articulações dando origem as dores lombares”, afirma
o fisioterapeuta.
Essa frouxidão dos ligamentos pode perdurar pelo período de até
cinco meses do pós-parto. “Depois do nascimento da criança o corpo passa por
uma nova fase de estabilização dos hormônios. Por isso, nesse intervalo é
possível que a mamãe ainda sinta os efeitos dos mesmos tanto na sua postura
como em outras áreas do corpo. Outra questão é como o abdômen perde o seu
tônus, deixa a coluna sem o devido aporte e, com isso, pode resultar em dores
na região lombar”, descreve Montenegro.
Técnicas fisioterápicas ajudam a reeducar a postura
Os problemas de coluna - como posturais e incidência de dores -
podem ser tratados por meio de algumas técnicas fisioterápicas. Uma das mais
conhecidas é a RPG (Reeducação Postural Global). “Através dessa técnica podemos
identificar os desequilíbrios que atingem diferentes músculos do corpo. Após a
localização dos mesmos, é possível amenizar desde dores cervicais e lombares
até problemas respiratórios, desvios e alterações na formação e na arquitetura
do corpo”, esclarece o especialista.
Para isso, o tratamento conta com trabalhos respiratórios
coordenados, posturais e alongamento objetivando que a paciente desenvolva uma
conscientização corporal. “Nesse tratamento não são empregados o uso de
medicamentos. Apenas com o uso das técnicas coordenadas é possível promover uma
maior simetria corporal e alívio das pressões articulares. As sessões
individuais têm duração de cerca de uma hora e podem ser
semanais de acordo com a necessidade de cada pessoa”, explica Helder.
Podoposturologia também é recomendada
A podoposturologia é mais uma técnica empregada na fisioterapia
para a reeducação da postura após o período gestacional. Essa técnica é
originária da França e tem o objetivo de corrigir a postura através do uso de
palmilhas posturais. “A utilização das palmilhas gera o equilíbrio corporal
através dos neurorreceptores que são encontrados na pele sobre os músculos das
plantas dos pés. Assim, causam a diminuição dos picos de pressão que ficam
localizados em alguns pontos”, afirma o fisioterapeuta.
As palmilhas posturais são confeccionadas individualmente de
acordo com a necessidade de cada pessoa. Assim, elas empregam um mecanismo que
proporciona um equilíbrio postural melhor e que resulta em um gasto de energia
menor dos músculos da coluna. “Existem três modelos de palmilhas no tratamento
da Podoposturologia: básica, indicada para as correções posturais; conforto
corrige a postura e são recomendadas a pacientes que têm dores nos pés,
sobrepeso, sofrem com artrose nas articulações dos membros inferiores ou para
quem sofre com diabetes e ainda as do tipo esportiva recomendada para
esportistas para reduzir o impacto na pisada. Todas agem estimulando ou
inibindo os receptores podais, o que ajuda a promover um ajuste biomec&aci
rc;nico que associado à resposta do organismo, corrige as assimetrias
corporais”, finaliza Montenegro.
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